O Cristianismo

IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA

A tradição latina desenvolveu-se em torno de Roma, que reivindicou o título de católico e o primado sobre as outras sedes do cristianismo, argumentando a primazia de Pedro no grupo dos apóstolos. O nome foi adotado oficialmente a partir do Concílio de Constantinopla em 381.

Da conversão de Constantino, no século IV, até meados do século XVI, a história do catolicismo está intimamente associada à história do Império Romano e dos reinos em que este se divide. Sua expansão também está vinculada à expansão da civilização ocidental e ao processo de dominação e aculturação de povos de outras culturas.

Uma das bases de expansão, reforço da espiritualidade e fonte de renovação do catolicismo romano foi o monaquismo, homens ou mulheres dedicados inteiramente à oração e ao trabalho. De início, como eremítico (iniciado por Santo Antão – 251-356 d.C., no Egito), dava ênfase à prática da ascese pelo jejum (no máximo uma refeição diária), do trabalho e do estado devocional durante todo o dia (contemplação). Eram conhecidos como os “mestres do deserto”. Posteriormente surgiu a forma cenobítica, vivida em comunidades, fundada por Pacômio (286-346 d.C.). As regras de Pacômio serviriam de base para o monaquismo de São Jerônimo (347-420), modelo guiado por preces, trabalho, estudo dos livros sacros e da liturgia, e adotado por todas as comunidades que surgiram posteriormente.

Os monastérios (do grego monos: sozinho) surgiram por todo o mundo conhecido, através da aceitação de algum mestre espiritual, que no Oriente em geral era o Patriarca. No Ocidente o monaquismo cenobítico foi implantado no século IV, por Martin de Tours (316-397 d.C.).

Os monges eram considerados intermediários entre o pecador e Deus. Eram os seguidores de vários homens santos, doutores da lei, ou de homens com algum ideal religioso:

  • as quatro ordens mendicantes pregadoras, dos agostinianos (Santo Agostinho – século V), dos franciscanos (São Francisco de Assis – século XIII), das carmelitas (inspirados no profeta Elias com as regras agostinianas – século XIII) e dos dominicanos (São Domingos de Guzmán – século XIII);
  • a ordem dos beneditinos (São Bento de Núrsia – século VI), com um papel importante na evolução da liturgia e estudo das Escrituras;
  • as ordens dedicadas à educação, como a ordem dos jesuítas (Santo Inácio de Loiola – século XVI), a ordem da Visitação (São Francisco de Sales – século XVII), o Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs (São João Batista de La Salle – século XVIII), a ordem dos redentoristas (Santo Afonso Maria de Liguori – século XVIII), a ordem dos maristas (beato Marcellin Champagnat – século XIX) e a ordem dos salesianos (São João Bosco – século XIX).

O fundamento da prática monástica, atualmente, se baseia nas regras agostiniana e beneditina, e as ordens contemplativas têm suas fontes nelas. Com a questão iconoclasta, os monges foram os maiores defensores do uso dos ícones. Esses, junto com as relíquias, eram parte da liturgia e, sua fabricação e venda, mantinham os monastérios. No período das grandes navegações e descobrimentos, após o século XV, as ordens monásticas e religiosas exerceram papel decisivo na difusão do catolicismo na Ásia e nas Américas.

Em 10 de fevereiro de 1.798, durante a Revolução Francesa, o Papa Pio VI foi aprisionado e morreu no exílio no ano seguinte, tendo a instituição sofrido pesado golpe. Em 1.929 o cardeal Gasparre assina com Mussolini, no palácio de São João, o tratado de Latrão, que definia a condição de estado político independente ao Estado da Cidade do Vaticano, ou Santa Sé.

Além do canto, a liturgia inclui instrumentos musicais. Os sacramentos são os mesmos da igreja ortodoxa, mas a crisma e a penitência são ministradas separadamente do batismo e da eucaristia. O casamento de sacerdotes é proibido desde a Idade Média. As mulheres não são admitidas ao sacerdócio ordenado (na Igreja Ortodoxa também não).

A Igreja Católica estrutura-se em regiões geográficas autônomas, as dioceses, dirigidas pelos bispos, vinculados organicamente ao bispo de Roma, o Papa. Desde a Idade Média, os papas são eleitos por um grupo de bispos, os cardeais, sendo João Paulo II o 267o sucessor de Pedro, apóstolo e primeiro Papa (veja apêndice). Calcula-se em 900 milhões o número de católicos no mundo inteiro.

IGREJA ORTODOXA

A tradição bizantina é menos rígida nas formulações dogmáticas, valoriza a liturgia, não aceita uma centralização excessiva e é mais flexível na concepção da estrutura hierárquica da igreja. É porém menos aberta ao diálogo com a filosofia e com as ciências e mais rigorosa nas exigências morais. A partir da ruptura com a igreja romana, passa a chamar-se cristianismo ortodoxo (do grego orthos e doxa: reta opinião) e se afirma mais fiel à mensagem cristã primitiva (O CISMA DO ORIENTE). Os ortodoxos se desenvolvem em torno das quatro sedes antigas, chamadas de patriarcados: Jerusalém, Alexandria, Antioquia e Constantinopla. Mais tarde, são incorporados os patriarcados de Moscou (1.589), de Bucareste (1.925) e da Bulgária (1.953), além das igrejas autônomas nacionais da Grécia, Sérvia, Geórgia, Chipre e da América do Norte. As igrejas ortodoxas reúnem mais de 170 milhões de fiéis em todo o mundo.

Segundo a sua teologia, fundamentada na Tradição, existe um Cristo Cósmico (3a pessoa da Trindade), que nasce do conúbio entre o Pai eterno (1a pessoa da Trindade) e a Virgem Mãe Cósmica (Hágia Sophia ou Santa Sabedoria, que é a 2a pessoa). A majestosa catedral de Istambul (antiga Constantinopla) é consagrada à Hágia Sophia, que aparece como Sophia (Sabedoria) no Antigo Testamento a qual procede do Pai. Esse fecundou a Virgem telúrica, Maria de Nazaré, nascendo o Cristo telúrico, que se manifestou em Jesus de Nazaré.

Cristo Jesus seria idêntico ao Cristo Cósmico, mas revestido numa forma diferente, como deixa transparecer São Paulo em Fl 2:6s: “Sendo Ele de condição divina… aniquilou-se a si mesmo… assemelhando-se aos homens”. Parece ter havido uma deturpação dos ensinamentos do Cristo Jesus a seus discípulos, após a sua morte, pois todas as teogonias mostram um aspecto feminino compondo-as (ver adiante nos DOGMAS DA IGREJA CATÓLICA).

Seus rituais são cantados utilizando-se de uma forma de linguagem vernácula antiga, de modo que não se usem instrumentos musicais. Veneram-se os ícones (pinturas religiosas) e as relíquias dos santos, mas são proibidas imagens esculpidas, exceto o crucifixo. O fiel crê que Deus se revela por meio dos ícones e dos gestos (equivalente às mandalas e aos mudras), que nos lares são usados na meditação.

Os sacramentos pelos quais os fiéis entram em comunhão com Deus e entre si são os mesmos da Igreja Católica, os quais quando dados na Igreja Ortodoxa são válidos na Católica, e vice-versa. Seu clero é composto de diáconos, padres, bispos, arcebispos, metropolitas e patriarcas. Os sacerdotes podem casar-se (antes da ordenação), mas não os monges. Os bispos são escolhidos entre os sacerdotes e monges celibatários.

O CISMA DO OCIDENTE

 Questões Seculares, com a vitória de Filipe IV, o Belo (1.268-1.314), sobre o Papa Bonifácio VIII (1.235-1.303), resultaram na transferência da administração da Igreja de Roma para Avignon, França, que se tornou a sede do papado de 1.309 a 1.378. Os papas consideraram-se prisioneiros dos reis, época conhecida como “Cativeiro de Babilônia”. Em 1.378, foi eleito Urbano VI, que enfrentou séria oposição de 13 cardeais, que declararam nula a sua eleição e elegeram Clemente VII, que se fixou em Avignon. Com a divisão dos estados europeus e da comunidade católica ante aos dois papas, estabeleceu-se o Grande Cisma do Ocidente (1.378 a 1417). Com a eleição do Papa Martinho V no Concílio de Constança essa situação se resolveu.

IGREJA ANGLICANA

Em 1.534, com o rompimento do rei da Inglaterra, Henrique VIII (1.491-1.547), com a Igreja Católica, o rei passa a ser o chefe supremo da chamada Igreja Anglicana ou Episcopal e o seu líder espiritual é o arcebispo de Canterbury.

De 1.547 a 1.553, durante o reinado de Eduardo VI, houve uma manifesta influência luterana. O reinado de Maria Tudor (1.553-1.558) trouxe uma volta à comunhão com Roma até que, durante o reinado de Elizabeth I (1.558-1.603), a Igreja Anglicana tornou-se protestante na prática, embora permanecesse católica na estrutura. Falava-se da Igreja Alta (High Church, de tendências católicas) e da Igreja Baixa (Low Church, de tendências reformistas).

Manteve a estrutura eclesiástica com uma hierarquia de arcebispos e bispos, admitindo mulheres como sacerdotes, embora negasse obediência ao Papa, o celibato clerical e a confissão, devido à influência calvinista.

Esse conservadorismo na estrutura causou grande descontentamento, fazendo surgir um grupo, conhecido como os puritanos, que exigia uma reforma completa, não admitindo qualquer influência católica. Da Inglaterra, difunde-se para as colônias, especialmente na América do Norte, onde fundaram suas igrejas (Congregacional e Batista, essa com forte influência anabatista).

PROTESTANTISMO

O protestantismo designa um amplo leque de igrejas cristãs que têm em comum a justificação pela fé como meio de alcançar a graça divina, o reconhecimento da Bíblia Sagrada como única autoridade suprema (a Tradição não tem fundamento) e o sacerdócio de todos os fiéis. A interpretação pessoal da Bíblia gerou uma divisão progressiva dos protestantes, que levou a duas tendências: uma mais liberal e outra fundamentalista (evangélica). Assim as três correntes iniciais (luterana, anabatista e calvinista) deram origem a inúmeras seitas.

Os pontos centrais da doutrina de Lutero (sola fides sola scriptura) são que a salvação resulta da justificação de Deus só pela fé (e não da absolvição sacerdotal), que os assuntos doutrinais deviam ser confirmados pelas escrituras somente (e não por papas ou pelos concílios) e que o acesso ao sacerdócio deveria ser acessível a todos os fiéis. Distinguiu entre o sacerdócio universal e o ministério clerical. Aquele diz respeito ao fato de que cada cristão é seu próprio sacerdote, mediante o batismo e a fé, não precisando de intermediários entre ele e Deus. Já o segundo, estabelecido por Deus, visa à administração dos sacramentos e à pregação. Dessa forma aboliu o celibato, os votos monásticos e a confissão, mas conservou a Ceia.

Mas Lutero manteve a crença na Trindade, na existência de uma alma imortal e no tormento eterno, bem como o batismo de bebês, feriados e festas religiosas. Alguns protestantes achavam que deveria haver um novo batismo, na vida adulta, e condenaram o batismo de bebês, insistindo na separação entre a Igreja e o Estado. Foram conhecidos como anabatistas (do grego ana: de novo), perseguidos tanto pelos católicos como pelos protestantes. Entre os mais organizados dos anabatistas estavam os seguidores do holandês Menno Simons (menonitas) e do tirolês Jacob Hutter (huteritas).

Calvino acrescenta a doutrina da predestinação dos fiéis:

“Afirmamos que, por um eterno e imutável desígnio, Deus determinou de uma vez por todas, tanto a quem Ele concederá a salvação, como a quem Ele condenará à destruição…”.

 Calvino além de insistir que os cristãos levassem uma vida virtuosa, abstendo-se do pecado, defendia que deviam abster-se também do prazer e da frivolidade. Na França foram conhecidos como huguenotes. As diferenças doutrinais entre os dois dão origem a duas grandes correntes: os luteranos e os calvinistas. A Reforma abole a hierarquia e institui os pastores como ministros das igrejas. As mulheres têm acesso ao ministério e os pastores podem se casar. A liturgia é simplificada e os sacramentos praticados são o batismo e a ceia.

Difunde-se rapidamente na Alemanha, Suíça, França, Holanda, Escócia e Escandinávia. Os protestantes mantêm nos livros do Antigo Testamento, os mesmos do cânon judaico, o que significa somente os escritos em língua hebraica. Ficou, portanto, o cânon protestante idêntico ao judaico, diferente do católico, no que se refere ao Antigo Testamento.

A partir de então vários novos movimentos de reavivamento surgiram, divergindo em diversos pontos da doutrina de Jesus ou salientando alguns como os mais importantes. Alguns deram ênfase na organização eclesiástica, como os batistas e os metodistas, outros na preparação para o Dia do Juízo, outros no aspecto extraordinário da vida de Jesus (curas e exorcismos). Dessa forma fica complicado se afirmar que uma igreja tem origem em outra, porquanto cada uma tem elementos de várias outras. Mas não se erra quando se arrisca a seguinte evolução:

  1. Do luteranismo, com sua doutrina de salvação pela fé, vieram os pietistas e os metodistas europeus (50 milhões de membros) que influenciaram o surgimento, na Europa e principalmente nos Estados Unidos, dos adventistas, dos pentecostais (como a Assembléia de Deus, a Igreja do Evangelho Quadrangular, a Casa da Bênção e a Igreja Deus é amor), entre outras. A Igreja Evangelista Alemã, a Igreja Episcopal Metodista e o Exército da Salvação (metodista) são também derivadas dessa linha. No Brasil, a partir da década de 1.960, igrejas conhecidas como neopentecostais, com culto fortemente emocional, curas e exorcismos, foram fundadas (Igreja de Nova Vida – 1.960, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra – 1.977, Igreja Universal do Reino de Deus – 1.977, Igreja Internacional da Graça de Deus – 1.980 e Renascer em Cristo – 1.986).
  2. O calvinismo, com sua doutrina de predestinação, na Europa recebe o nome de Igreja Reformada, na Escócia originou o puritanismo (Batistas, Congregacionistas e a Sociedade dos Amigos – os quacres) e no resto do mundo o nome de Igreja Presbiteriana. Os Batistas rejeitam a predestinação absoluta e outros dogmas calvinistas.

Dessas igrejas, a Sociedade dos Amigos, fundada por George Fox (1.624-1.690) por volta de 1.647, representa uma ala radical do movimento puritano inglês. Seu fundador defendeu a idéia da proximidade, como presença interna, do ensinamento e da liderança de Cristo. Denominados quacres, acreditam que Deus está em todos os seres humanos, uma realidade viva na forma de uma luz interior do Espírito Santo. Seu culto dura uma hora, numa forma de meditação silenciosa em que a palavra fica facultada a quem experimenta um impulso interno da para isso. Extremamente pacifistas receberam o Nobel da Paz em 1.947.

Outras igrejas que se dizem cristãs, mas que se mantém em completo isolamento são: Igreja da Ciência Cristã, as Testemunhas de Jeová (escatológicos, não acreditam na Trindade e rejeitam a divindade de Jesus), e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (os mórmons, que se baseiam numa revelação feita a Joseph Smith pelo anjo Moroni, escrita no Livro de Mórmon).

Junto com os anglicanos, o total de protestantes soma cerca de 450 milhões.

ATEÍSMO

Partindo da mesma linha reformista, muitos começaram a questionar qualquer autoridade religiosa, buscando auto-afirmação e liberdade de expressão. O papel das religiões, principalmente a católica romana, nas guerras nas injustiças e sofrimentos humanos, e o avanço da ciência, da filosofia (principalmente o humanismo) e do materialismo, em plena época renascentista, levou ao surgimento da dúvida sobre o papel de Deus e até de Sua existência, fazendo ressurgir idéias como a do panteísmo e surgir novas, como a do deísmo. Aliás a Renascença foi um renascimento do humanismo de Sócrates e dos estóicos, focalizando o homem acima de tudo, a razão e a existência de uma lei natural que explicaria tudo.

Erasmo de Rotterdam (1.469-1.536), filho de padre, já condenava todo o dogmatismo religioso, em especial na Igreja Católica, em pleno século XVI. Nicolau Maquiavel (1.469-1.527), considerava a religião como um mero instrumento de poder e Pietro Pomponazzi negava veladamente a existência de Deus.

No Iluminismo do século XVIII, aceitava-se na Inglaterra o deísmo (veja adiante), considerando a fé apenas um instrumento de defesa ante o medo do desconhecido. A moralidade e a religião seriam apenas o produto de hábitos e costumes. Voltaire (1.694-1.778) e David Hume (1.711-1.776) foram expoentes desse pensamento, afirmando que Deus se mostrava apenas pela harmonia perfeita do Universo. Os dogmas e os conceitos de Deus seriam criações puramente humanas, não sendo Ele influenciável por nada vindo do ser humano. Indo mais a fundo, Immanuel Kant (1.724-1.804)chegou a negar a possibilidade da prova da existência de Deus.

No século XIX, pensamentos como o do materialista Ludwig Andreas Feuerbach (1.804-1.872), que afirmavam que o homem é que teria criado Deus, a partir de suas melhores qualidades humanas, atraíram milhares de pessoas. Charles Robert Darwin (1.809-1.882), com sua teoria da evolução, deu um duro golpe nas religiões que afirmavam que Deus havia criado o homem. Nomes como Karl Heinrich Marx (1.818-1.883), que uniu o materialismo de Feuerbach com o idealismo de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1.770-1.831), influenciaram metade da população do mundo no materialismo puro. Para Sigmund Freud (1.856-1.939), Deus significaria a imagem paterna e a religião uma projeção simbólica do inconsciente. Friedrich Wilhelm Nietzsche (1.844-1.900) afirmava que a morte do conceito de Deus lançaria o homem num Universo superior, feito à sua imagem e semelhança, algo semelhante ao que Buda afirmava quando não queria falar de Deus (veja anteriormente o conceito budista de DEUS, O TODO). Dizia Nietzsche que nenhuma norma ética deveria atrapalhar a auto-realização do indivíduo, o niilismo nietzscheano.

Os materialistas são convictos de que o Universo pode ser resumido a leis físicas, não havendo espaço para forças espirituais. A realidade última do Universo é a matéria, substância original “da qual tudo provém e para qual tudo volta”. O mundo funcionaria como uma grande máquina (mekhane em grego) funcionando sozinha sem nada por detrás dela.

Todos lançaram teorias que minaram a crença da humanidade no Absoluto. Além das duras críticas às religiões como instituições, passaram a atacar e questionar até seus ensinamentos com base na lógica e na ciência. Três linhas principais de descrença se formaram:

  1. Os agnósticos que consideram ser impossível chegar a qualquer conclusão sobre a existência de Deus;
  2. Os céticos que negam a possibilidade de se conhecer qualquer verdade, inclusive a da existência de Deus; e
  3. Os ateus que admitem o conhecimento das verdades, mas negam a existência de Deus.

Paralelamente, três doutrinas contrárias tomaram corpo:

  1. O teísmo que crê num Deus único, pessoal e transcendente;
  2. O panteísmo que identifica Deus com o Universo; e
  3. O deísmo que crê em um Deus, mas que Ele não interagiria com a sua criação, por isso sendo impossível o nosso conhecimento acerca Dele.

Por fim, após a II Guerra Mundial, um movimento conhecido como ateísmo cristão, defendido pelo suíço Karl Barth (1.886-1.968), pretendia depurar a idéia de Deus destruindo o Deus metafísico, de forma que se consiga apreender o Deus verdadeiro.

IGREJA CATÓLICA LIBERAL

No começo do século XVIII, por meio de um novo pequeno cisma da Igreja Católica Romana, foi fundada a Igreja Velho Católica, estabelecida na Holanda. Manteve uma sucessão episcopal, os sacramentos e a estrutura de procedimentos, embora rejeitando os ditames do Papado. Após uma crise interna, em Sidney, J.I. Wedgwood e Charles Webster Leadbeater (1.854-1.934) revisaram juntos a liturgia e propuseram uma reunificação da igreja, sem êxito. Fundaram então a Igreja Católica Liberal por volta de 1.920, que veio a se estabelecer em todos os continentes, andando junto com os conceitos teosóficos de Helena Blavatsky (1.831-1.891).

 

 

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