iv-Uit pad
VIBHŪTI PĀDA,
Sobre (pāda) as faculdades especiais (vibhūti)
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Samādhi Pāda (sobre a superconsciência)
Sādhanā Pāda (sobre a prática)
Vibhūti Pāda (sobre as conquistas)
Kaivalya Pāda (sobre a Emancipação)
Concentração, meditação e superconsciência
dezbNxiíÄSy xar[a . 1.
Deśa-bandhaś cittasya dhāraṇā
(III-1) Concentração (dhāraṇā) [ou perfeita percepção] é a fixação (bandhaś) da mente (citta) [abstraída dos sentidos] em um ponto (deśa) [ou objeto de concentração].
Concentração é a perfeita percepção de um objeto, por uma mente abstraída dos sentidos.
tÇ àTyyEktanta Xyanm! . 2.
Tatra pratyayaikatānatā dhyānam(III-2) Nele (tatra) [com a mente perfeitamente concentrada], o fluxo ininterrupto (ekatānatā) [e prolongado] das imagens mentais (pratyaya) [é o que se denomina] meditação (dhyānam) [plena atenção ou contemplação].
Nesse estado, quando a imagem mental permanecer continuamente a mesma, você estará em plena atenção. Você estará meditando.
tdevawRmaÇin-aRs< SvêpzUNyimv smaix>. 3.
Tad evārthamātra-nirbhāsaṃ svarūpa-śūnyam iva samādhiḥ
(III-3) No preciso momento (tadeva) em que brilha (nirbhāsaṁ) somente (mātra) o objeto (artha), como se (iva) o vazio (śūnyam) fosse a autêntica natureza (svarūpa) [da mente], [tem início] a superconsciência (samādhiḥ) [completa interiorização ou comunhão].
No momento em que você sumir no vazio, permanecendo apenas o objeto antes observado, você entrará na completa interiorização da superconsciência.
A completa integração ou controle mental
ÇymekÇ s<ym>.4.
Trayam ekatra saṃyamaḥ
(III-4) Os três (trayam) juntos (ekatra) constituem a completa integração [ou controle] mental (saṁyamaḥ) [ou meditação, para alguns autores].
Concentração, meditação e superconsciência são as três fases progressivas do pleno controle mental.
t¾yat! à}alaek>.5.
Taj-jayāt prajñālokaḥ
(III-5) Pelo seu (taj) domínio (jayāt) surge a luz (ālokaḥ) do conhecimento transcendente (prajñā) [ou percepção direta da Realidade].
Pelo domínio do controle mental você alcançará a luz do conhecimento da Verdade,…
tSy -Uim;u ivinyaeg>.6.
Tasya bhūmiṣu viniyogaḥ
(III-6) Sua (tasya) prática (viniyogaḥ) é progressiva (bhūmiṣu).
de forma prática e progressiva.
O interno, na realidade, é externo
ÇymNtr¼< pUveR_y>.7.
Trayam antaraṇgaṃ pūrvebhyaḥ
(III-7) Os três (trayam) membros (aṇgaṁ) [são mais] internos (antar) [que os cinco] precedentes (pūrvebhyaḥ).
Essas três fases são internas em relação às cinco precedentes,…
tdip bihr¼< inbIRjSy.8.
Tad api bahir-aṇgaṃ nirbījasya
(III-8) Mas mesmo (api) esses (tad) [três] são membros (aṇgaṁ) externos (bahir) em relação [à completa absorção] sem “semente” (nirbījasya).
mas, mesmo assim, são externas, em relação à completa absorção mental experimentada no reino do Imanifesto, na morada do Pai-Mãe.
Percebendo as mudanças sutis
VyuTwaninraexs<Skaryaeri–vàaÊ-aRvaE inraex][icÄaNvyae inraexpir[am>.9.
Vyutthāna-nirodha-saṃskārayor abhibhava-prādurbhāvau nirodha-kṣaṇa-cittān-vayo nirodha-pariṇāmaḥ
(III-9) Entre uma impressão latente (saṁskāra) ativadora (vyutthāna) que desaparece (abhibhava) e uma impressão (saṁskāra) inibidora (nirodha) que aparece (prādurbhāva), existe um processo (pariṇāmaḥ) inibidor (nirodha) vinculado (anvayaḥ) com cada momento (kṣaṇa) mental (citta) de supressão (nirodha).
Entre uma impressão mental que é ativada e a sua completa inibição, pela ativação de uma outra impressão mental, existe um processo inibidor associado, …
tSy àzaNtvaihta s<Skarat!.10.
Tasya praśānta-vāhitā saṃskārāt
(III-10) Seu (tasya) fluxo (vāhitā) [torna-se] constante (praśānta) [ou tranqüilo] pelo hábito (saṁskāra).
que é a causa do fluxo ininterrupto de impressões mentais.
svaRwRtEka¢tyae> ]yaedyaE icÄSy smaixpir[am>.11.
Sarvārthataikāgratayoḥ kṣayodayau cittasya samādhi-pariṇāmaḥ
(III-11) O processo de mudança (pariṇāmaḥ) mental (cittasya) [que produz a] superconsciência (samādhi) [se produz com] a eliminação (kṣaya) de todas (sarva) as distrações (arthatā) e o surgimento (udaya) da atenção (ekāgratā).
No processo de ampliação da consciência, é essencial a eliminação de todas as distrações e o desenvolvimento da plena atenção,…
tt> pun> zaNtaeidtaE tuLyàTyyaE icÄSyEka¢tapir[am>.12.
Tataḥ punaḥ śāntoditau tulya-pratyayau cittasyaikāgratā-pariṇāmaḥ
(III-12) Em conseqüência (tataḥ), novamente (punaḥ), quando a imagem mental (pratyaya) que desaparece (śānto) [passada] e a que surge (dita) [presente] são similares (tulya), o processo (pariṇāmaḥ) mental (cittasya) [é denominado] atenção (ekāgratā) [ou unidirecionalidade].
que é o estado unidirecionado da mente onde a impressão mental que surge é a mesma que foi inibida momentos antes.
@ten -UteiNÔye;u xmRl][avSwapir[ama VyaOyata>.13.
Etena bhūtendriyeṣu dharma-lakṣaṇā-vasthā-pariṇāmā vyākhyātāḥ
(III-13) Com esses (etena), os processos de mudança (pariṇāmā) de propriedades (dharma), característica temporal (lakṣaṇa) e estado (avasthā) nos elementos básicos (bhūta) e nos órgãos dos sentidos (indriyeṣu) ficam explicados (vyākhyātāḥ).
E é justamente essa falta de unidirecionalidade que explica a mutabilidade da natureza e de nossa captação pelos nossos órgãos dos sentidos,…
zaNtaeidtaVypdeZyxmaRnupatI xmIR.14.
Śāntoditāvyapadeśya dharmānupātī dharmī
(III-14) A substância imutável (dharmī) é aquela que está na base (anupātī) das formas (dharma) passadas (śānta), presentes (udita) ou não-manifestadas (avyapadeśya) [futuras].
pois a verdadeira substância imutável é aquela que forma a base por onde fluem no tempo as suas impressões mentais,…
³maNyTv< pir[amaNyTve hetu>.15.
Kramānyatvaṃ pariṇāmānyatve hetuḥ
(III-15) A causa (hetuḥ) da diferença (anyatve) nos processos de mudança (pariṇāmā) é a diferença (anyatvaṁ) nas seqüências (krama) [do processo subjacente].
e é esse fluxo quem determina os diferentes processos individuais existentes.
Alcance das aplicações do controle mental
pir[amÇys<ymadtItanagt}anm!.16.
Pariṇāma-traya-saṃyamād atītānāgata-jñānam
(III-16) Aplicando a completa integração [ou controle] mental (saṁyamāt) sobre os três (traya) [tipos de] transformações (pariṇāmā) [nirodha, samādhi e ekāgratā], [surge] o conhecimento (jñānam) do passado (atīta) e do futuro (anāgata).
Assim, quando se aplicar esse pleno controle mental sobre o próprio processo de controle, surgirá todo o conhecimento das causas e efeitos em nossa vida;
zBdawRàTyyanaimtretraXyasat! s—»rStTàiv-ags<ymat! svR-Utét}anm!.17.
Śabdārtha-pratyayānām itaretarādhyāsāt saṃkaras tat-pravibhāga-saṃyamāt sarva-bhūta-ruta-jñānam
(III-17) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre os componentes (pravibhāga) da mistura (saṁkaraḥ) entre (tad) o som (śabda), seu significado (artha) [oculto] e sua imagem mental (pratyayānām), [que normalmente estão] superpostos (adhyāsāt) [em um estado confuso] entre si (itaretara), [obtém-se] o conhecimento (jñānam) [do significado] dos sons (ruta) [emitidos] por todos (sarva) os seres vivos (bhūta).
Aplicando-se esse controle mental sobre os sons emitidos por qualquer ser vivo, que é o conjunto de som, imagem mental e seu significado, obtêm-se o significado oculto deles;
s<Skarsa]aTkr[at pUvRjait}anm!.18.
Saṃskāra-sākṣātkaraṇāt pūrva-jātijñānam
(III-18) Pela percepção direta (sākṣātkara) das impressões latentes (saṁskāra) [obtém-se] o conhecimento (jñānam) de vidas (jāti) an-teriores (pūrva).
Aplicando-se o controle mental sobre qualquer hábito ou condicionamento obtém-se o conhecimento de sua causa, até obter-se a percepção de vidas pregressas;
àTyySy pricÄ}anm!.19.
Pratyayasya para-citta-jñānam
(III-19) [Pela percepção direta], da imagem mental (pratyayasya) dos outros (para) [obtém-se] conhecimento (jñānam) da mente (citta) [deles].
Aplicando-se o controle mental sobre a imagem mental de outrem, conhecer-se-á como, objetivamente, funciona a sua mente,…
n c tt! salMbn< tSyaiv;yI-UtTvat!.20.
Na ca tat sālambanaṃ tasyāviṣayī-bhūtatvāt
(III-20) Porém (ca), não (na) [inclui] os fatores (tad) que dão suporte (sālambanaṁ) [ou que motivam a imagem mental], pois estes (tasya) não (a) são sua natureza (bhūtatvāt) objetiva (viṣayī).
mas não o pensamento subjetivo em si;
kayêps<ymat! tÍçaýzi?StM-e c]u>àkazas—àyaege=NtxaRnm!.21.
Kāya-rūpa-saṃyamāt tad-grāhya-śakti-stambhe cakṣuḥ-prakāśāsaṃprayoge ‘ntardhānam
(III-21) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) na suspensão (stambhe) do poder (śakti) [da energia] que faz visível (grāhya) a [própria] forma (rūpa) corporal (kāya), [produz-se a] desconexão (asaṁprayoge) entre os olhos (cakṣuḥ) [do observador] e a luz (prakāśa) [refletida pela própria forma, produzindo-se] a invisibilidade (antardhānam).
Aplicando-se o controle mental sobre o processo de reflexão da luz, que faz visível o próprio corpo, obtém-se o poder de desconectar a própria luz dos olhos dos observadores externos, tornando-se invisível;
@ten zBdaxTtxaRnmu?m!.22.
Etena śabdādyantardhānam uktam
(III-22) Da mesma forma (etena), se explica (ukta) o desaparecimento (antardhānam) do som (śabdā) [etc.].
Da mesma forma se explica o desaparecimento dos próprios sons;
saep³m< inép³m< c kmR tTs<ymadpraNt}anmiròe_yae va.23.
Sopakramaṃ nirupakramaṃ ca karma tat-saṃyamād aparānta-jñānam ariṣṭebhyo vā
(III-23) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre (tad) as ações (kar-ma), de efeito imediatos (sopakramaṁ) e (ca) retardados (nirupakramaṁ), ou, também (vā), através de (abhi) [algum] pressenti-mento (ariṣṭa), [é obtido] o conhecimento (jñānam) do fim (anta) da outra (apara) [ou seja, o fim da causa ou a chegada da própria morte].
Aplicando-se o controle mental sobre causas e efeitos, sejam eles imediatos ou tardios, obter-se-á o conhecimento até das causas da própria manifestação física, pressentir-se-á o momento da própria extinção, pela percepção da extinção da sua causa;
mEÈyaid;u blain.24.
Maitry-ādiṣu balāni
(III-24) [Aplicando o controle mental] sobre a amizade (maitry), ou outras (ādiṣu) [qualidades similares, obtém-se] a fortaleza (balāni) [própria ou da qualidade correspondente].
Aplicando-se o controle mental sobre qualquer qualidade, como a amizade, obter-se-á, em si mesmo, a própria qualidade,…
ble;u hiStbladIin.25.
Baleṣu hasti-balādīni
(III-25) [Aplicando o controle mental] sobre diversas forças (baleṣu), [como a de um elefante], obtém-se a força (bala) de um elefante (hasti), etc. (ādīni).
assim, aplicando-se o controle mental, por exemplo, sobre a força de um elefante, obter-se-á a fortaleza correspondente;
àv&ÅyalaekNyasat! sUúmVyvihtivàk«ò}anm!.26.
Pravṛtty-āloka-nyāsāt sūkṣma-vyavahita-viprakṛṣṭa-jñānam
(III-26) Concentrando-se (nyāsāt) na luz (āloka) da perfeita percepção (pra-vṛtty) [extrassensorial, obtém-se] conhecimento (jñānam) do sutil (sūkṣma), do oculto (vyavahita) e do distante (viprakṛṣṭa).
Aplicando-se o controle mental sobre as luzes extra-sensoriais percebidas em meditação, obter-se-á o conhecimento dos mundos sutis, do oculto e do distante;
-uvn}an< sUyeR s<ymat!.27.
Bhuvana-jñānaṃ sūrye samyamāt
(III-27) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre o Sol (sūrye) [obtém-se] conhecimento (jñānaṁ) de sua dimensão (bhuvana).
Aplicando-se o controle mental sobre o Sol, obter-se-á o conhecimento de sua dimensão mental;
cNÔe taraVyUh}anm!.28.
Candre tārā-vyūha-jñānam
(III-28) [Aplicando o controle mental] à Lua (candra) [obtém-se] conhecimento (jñānam) em relação à configuração (vyūha) das estrelas (tārā).
Aplicando-se o controle mental sobre a Lua, obter-se-á o conhecimento de sua dimensão transcendente intuitiva;
Øuve tÌit}anm!.29.
Dhruve tad-gati-jñānam
(III-29) [Aplicando o controle mental] sobre a imutável (dhruve) [estrela polar obtém-se] conhecimento (jñānam) dos seus (tad) [das estrelas] movimentos (gati).
Aplicando-se o controle mental sobre o centro da Galáxia, obter-se-á o conhecimento de toda a sua configuração;
nai-c³e kayVyUh}anm!.30.
Nābhi-cakre kāya-vyūha-jñānam
(III-30) [Aplicando o controle mental] ao centro energético (cakre) do umbigo (nābhi) [obtém-se] conhecimento (jñānam) da organização (vyūha) do corpo (kāya).
Aplicando-se o controle mental sobre o próprio centro energético, situado no umbigo, obtém-se o conhecimento de toda a organização corporal;
k{Qkªpe ]uiTppasainv&iÄ>.31.
Kaṇṭha-kūpe kṣut-pipāsā-nirvṛttih
(III-31) [Aplicando o controle mental] à cavidade (kūpe) da garganta (kaṇṭha) se elimina a percepção (nirvṛttih) da fome (kṣut) e da sede (pipāsā).
Aplicando-se o controle mental sobre a garganta, inibe-se a percepção de fome e sede;
kªmRnaf(a< SwEyRm!.32.
Kūrma-nāḍyāṃ sthairyam
(III-32) [Aplicando o controle mental] ao conduto (nāḍyāṁ) da tartaruga (kūrma), [na traquéia retro-esternal, obtém-se] a estabilidade (sthairyam) [uma imobilidade corporal e uma estabilidade mental e emocional ante o medo ou terror].
Aplicando-se o controle mental sobre a traquéia retro-esternal, obtém-se estabilidade física, mental e emocional;
mU”RJyaeiti; isÏdzRnm!.33.
Mūrdha-jyotiṣi siddha-darśanam
(III-33) [Aplicando o controle mental] à luz (jyotiṣi) da coroa da cabeça (mūrdha) [obtém-se] a visão (darśanaṁ) dos seres perfeitos (Siddha).
Aplicando-se o controle mental sobre a Presença, sentida no topo da cabeça, obtém-se a visão sutil do próprio Mestre interior,…
àait-aÖa svRm!.34.
Prātibhād vā sarvaṁ
(III-34) Também (vā) [conhecimento] de tudo (sarvaṁ) mediante uma clareza de percepção (prātibhā) [ou intuição].
e uma clareza de percepção que traz o germe da onisciência;
ùdye icÄs<ivt!.35.
Hṛdaye citta-saṃvit
(III-35) [Aplicando o controle mental] ao coração (hṛdaye) [obtém-se] a compreensão (saṁvit) [de toda a extensão e natureza] da mente (citta).
Aplicando-se o controle mental sobre o centro da alma, que habita no coração, obtém-se a compreensão de toda a extensão do próprio complexo mental;
sÅvpué;yaerTyNtas—kI[Ryae> àTyyaivze;ae -aeg> prawt! SvawRs<ymat! pué;}anm!.36.
Sattva-puruṣayor atyantāsaṃkīrṇayoḥ pratyayāviśeṣo bhogaḥ parārthatvāt svārtha-saṃyamāt puruṣa-jñānam
(III-36) A experiência (bhogaḥ), baseada em imagens mentais (pratyaya) que não distinguem (aviśeṣaḥ) entre o Si-mesmo (puruṣayoḥ) [a consciência em estado não-modificado – o Sujeito] completamente (atyanta) separado (asaṁkīrṇayoḥ) e o aspecto mais puro (sattva) [da mente, ou a consciência modificada – o Observador], depende da percepção do outro (parārtha) em ti (tvāt). Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre o que não depende de nada (svārtha) [sobre si mesmo] [obtém-se] o conhecimento (jñānaṁ) [da essência] do Si-mesmo (puruṣa).
Quando não mais se percebe a diferença entre a Presença em si e o Si-mesmo e se aplica o controle mental sobre essa Presença, obtém-se o perfeito conhecimento da própria Essência,…
tt> àait-ïav[vednadzaRSvadvataR jayNte.37.
Tataḥ prātibha-śrāvaṇa-vedanādarśāsvāda-vārtā jāyante
(III-37) Em conseqüência (tataḥ), uma clareza de percepção (prātibhā) [ou intuição em relação à] audição (śrāvaṇa), tato (vedanāḥ), visão (ādarśaḥ), paladar (āsvāda) e olfato (vārtā) é gerada (jāyante).
gerando uma perfeição nas percepções através dos cinco sentidos;
Que fazer com as capacidades alcançadas?
te smaxavupsgaR VyuTwane isÏy>.38.
Te samādhāv upasargā vyutthāne siddhayaḥ
(III-38) Isto (te) [tudo] são obstáculos (upasargā) para a superconsciência (samādhāu), [mas conferem] capacidades especiais (siddhayaḥ) no estado ordinário da mente (vyutthāne) [com a mente voltada para o exterior].
Mas todas essas conquistas são meros obstáculos à ampliação interna da consciência, pois são capacidades que mantém a mente voltada para o exterior;
Mais coisas sobre as aplicações do controle mental
bNxkar[zEiwLyat! àcars<vedna½ icÄSy przrIravez>.39.
Bandha-kāraṇa-śaithilyāt pracāra-saṃvedanāc ca cittasya para-śarīrāveśaḥ
(III-39) Quando se enfraquecem (śaithilyāt) as causas (kāraṇa) dos apegos (bandhaḥ) [ao próprio corpo e psique] e (ca) surge o conhecimento completo (saṁvedanāt) do vaguear (pracāra) da mente (cittasya), [pode-se mentalmente] penetrar (āveśaḥ) em outro (para) corpo (śarīra).
Somente pelo completo desapego ao próprio corpo e psique é que surgirá a verdadeira ampliação da consciência, que faculta o vaguear da mesma, podendo-se até penetrar em outros corpos e psiques;
%danjya¾lp»k{qkaid:vs¼ %T³aiNtí.40.
Udāna-jayāj jala-pańka-kaṇṭakādiṣv asańga utkrāntiś ca
(III-40) Pelo domínio (jayāj) da energia ascendente (udāna) [obtém-se a capacidade de] levitar (utkrāntiḥ) e (ca) não ser afetado (asaṇgaḥ) ao caminhar (diṣ) pela água (jala), pelo barro (paṇka), pelos espinhos (kaṇṭaka) etc. (ādiṣu).
Pelo domínio da energia sutil ascendente, obtém-se a capacidade de levitar e caminhar pelas águas, espinhos, etc.;
smanjyaJJvlnm!.41.
Samāna-jayāj jvalanam
(III-41) Pelo domínio (jayāj) da energia reguladora (samāna) [obtém-se] uma luminosidade incandescente (jvalanam) [no corpo, como uma aura visível, proporcionando a distribuição eqüitativa dos alimentos].
Pelo domínio da energia sutil metabolizadora (digestiva), irradia-se uma luminosidade sutil;
ïaeÇakazyae> s—bNxs<ymaiÎVy< ïaeÇm!.42.
Śrotrākaśayoḥ saṃbandha-saṃyamād divyaṃ śrotram
(III-42) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre a relação (saṁbandha) entre o espaço vazio (ākaśayoḥ) e a audição (śrotra) [obtém-se] a audição (śrotraṁ) superfísica (divyaṁ).
Aplicando-se o controle mental sobre o som do vazio, obtém-se a ampliação das capacidades auditivas para além do plano físico;
kayakazyae> s——bNxs<yma‘”utUlsmapÄeíakazgmnm!.43.
Kāyākāśayoḥ saṃbandha-saṃyamāt laghu-tūla-samāpatteś cākāśa-gamanam
(III-43) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre a relação (saṁbandha) entre o espaço vazio (ākāśayoḥ) e o corpo (kāya) e (ca) [ao mesmo tempo] mediante a completa identificação (samāpatteḥ) com [algo] leve (laghu) [como] algodão (tūla) [obtém-se o poder de] viajar (gamanaṁ) pelo espaço (ākāśa).
Enquanto se percebe o próprio vazio, aplicando o controle mental na sensação de leveza, conseguir-se-á viajar pelo espaço sutil.
bihrkiLpta v&iÄmRhaivdeha tt> àkazavr[]y>.44.
Bahir akalpitā vṛttir mahā-videhā tataḥ prakāśāvaraṇa-kṣayaḥ
(III-44) Através do (tataḥ) profundo (mahā) processo mental (vṛtti) existente além do corpo (videhā) [e da psique], [o qual é] intelectualmente inconcebível (akalpitā) [pois tem lugar] fora (bahir) [do conjunto corpo/psique], desaparecem (kṣayaḥ) os véus (avaraṇa) que encobrem a luz (prakāśa).
Nesse profundo e incompreensível estado mental, fora do corpo e da psique, desaparecem todos os véus que encobrem a verdadeira luz da consciência.
SwUlSvêpsUúmaNvyawRvÅvs<ymad! ?ƒtjy>.45.
Sthūla-svarūpa-sūkṣmānvayārthavattva-saṃyamād bhūta-jayaḥ
(III-45) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre a forma física (sthūla), a natureza essencial (svarūpa), a forma sutil (sūkṣma), suas interpenetrações (ānvaya) [ou interconexões] e suas finalidades (arthavattva) [obtém-se] o domínio (jayaḥ) desses elementos (bhūta).
Então, poder-se-á aplicar o controle mental sobre as finalidades da própria manifestação física, manifestação sutil e suas interconexões com a própria natureza essencial, e obter-se o completo domínio do plano físico e sutil;
ttae=i[maidàaÊ-aRv> kays—pt! tÏmaRni-“atí.46.
Tato ‘ṇimādi-prādurbhāvaḥ kāya-saṃpattad dharmānabhighātaś ca
(III-46) E então (tataḥ), [pelo domínio desses elementos – bhūta], se manifestam (prādurbhāvaḥ) [capacidades como] reduzir o tamanho dos objetos (aṇimā) e outras (ādi) [como ampliar o tamanho (mahimā), imprimir leveza (laghimā) e aumentar o peso dos objetos (gahimā), ir a todos os lugares (prāpti), controlar todas as coisas (vaṣitā), realizar todos os desejos (prākāmya) e criar todas as coisas (iṣitā)], a perfeição (saṁpattad) do corpo (kāya) e (ca) a faculdade dessas capacidades não serem afetadas (anabhighātaḥ) pelos poderes (dharma) [dos elementos].
omente assim é que surgirão outras capacidades como reduzir ou ampliar o tamanho dos objetos, imprimir leveza ou peso nos objetos, ir a todos os lugares, criar e controlar todas as coisas, realizar todos os desejos, inclusive a perfeição corporal,…
êplav{yblv¿s<hnnTvain kays—pt!.47.
Rūpa-lāvaṇya-bala-vajra-saṃhananatvāni kāya-saṃpat
(III-47) [Essa] perfeição (saṁpad) corporal (kāya) [se manifesta] na forma (rūpa) [como beleza], na graciosidade (lāvaṇya) [dos movimentos], na força (bala) e numa solidez (saṁhananatvāni) [e resistência] diamantina (vajra).
perfeição corporal esta que se manifesta como beleza, graciosidade, força e resistência, e…
¢h[SvêpaiSmtaNvyawRvÅvs<ymaidiNÔyjy>.48.
graha?a-svar?p?smit?nvay?rthavattva-sa?yam?d indriya-jaya?
(III-48) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre o processo de percepção (grahaṇa), sobre a natureza essencial (svarūpa), sobre o senso de individualidade (āsmitā), sobre a interconexão (anvaya) [entre esses últimos] e sobre a finalidade (arthavattva) [dos sentidos, obtém-se] o domínio (jayaḥ) sobre todos os órgãos dos sentidos (indriya).
se poderá aplicar o controle mental sobre o processo de percepção mais profundo, buscando a finalidade do senso de individualidade e a interconexão dele com a própria natureza essencial. Dessa forma se obterá o domínio sobre os sentidos e sobre o poder de ação, que…
ttae mnaejivTv< ivkr[-av> àxanjyí.49.
Tato manojavitvaṃ vikaraṇa-bhāvaḥ pradhāna-jayaś ca
(III-49) E então (tataḥ), [pelo domínio dos órgãos dos sentidos – indriya], [obtém-se] cognição (mano) instantânea (javitvaṁ), uma condição (bhāvaḥ) de total independência dos sentidos (vikaraṇa) e (ca) um completo domínio (jayaḥ) sobre as forças da natureza (pradhāna).
facultará a obtenção da cognição instantânea, que independe dos sentidos, e um completo domínio sobre as forças da natureza;
Renúncia e Emancipação (Libertação)
sÅvpué;aNytaOyaitmaÇSy svR-avaixóat&Tv< svR}at&Tv< c.50.
Sattva-puruṣānyatā-khyāti-mātrasya sarva-bhāvādhiṣṭhātṛtvaṃ sarvajñātṛtvaṃ ca
(III-50) [Quando] estabelecido com firmeza (mātrasya) no percebimento (khyāti) da distinção (anyatā) entre o aspecto mais puro (sattva) [da mente – o Observador] e o Si-mesmo (puruṣa) [a consciência em estado não-modificado – o Sujeito] [é obtida] a supremacia (adhiṣṭhātṛtvaṁ) sobre todos (sarva) os estados (bhāva) [de existência – onipotência] e (ca) conhecimento total (sarvajñātṛtvaṁ) [onisciência].
Somente quando for clara a distinção entre a individualidade e o Si-mesmo essencial é que se obterá a suprema onipotência e onisciência, mas…
tÖEraGyadip dae;bIj]ye kEvLym!.51.
tTad-vairāgyād api doṣa-bīja-kṣaye kaivalyaṁ
(III-51) Pelo desapego (vairāgyāt) até mesmo (api) a isso (tad) [ao percebimento da distinção], se destrói (kṣaye) a própria semente (bīja) da imperfeição (doṣa) [e obtém-se] a Emancipação da consciência (kaivalyaṁ).
será preciso o desapego até mesmo a isso, para se destruir a própria semente da imperfeição e se obter a Emancipação final, pois…
SwaNyupinmÙ[e s¼Smyakr[< punrinòàs¼at!.52.
Sthāny-upanimantraṇe saṇga-smayākaraṇaṁ punaḥ aniṣṭa-prasaṇgāt
(III-52) O surgimento de respeito advindo (upanimantraṇe) de entidades superfísicas (sthāny) [ou devido a visões místicas deles], não [devem] causar (akaraṇaṁ) o apego (saṇga) [ao prazer de…] ou o orgulho (smaya), [porque ainda podem] voltar (punaḥ) [a surgir] inclinações (prasaṇgāt) indesejáveis (aniṣṭa).
surgirão visões místicas de seres luminosos demonstrando respeito por suas conquistas, o que trará consigo inclinações indesejáveis de apego e orgulho;
O discernimento mais elevado
][tT³myae> s<ymaiÖvekj< }anm!.53.
Kṣaṇa-tat-kramayoḥ saṁyamād vivekajaṁ jñānaṁ
(III-53) Aplicando o controle mental (saṁyamāt) sobre um instante (kṣaṇa) [do tempo] e sua (tat) sucessão (kramayoḥ) [a um outro instante, obtém-se] o conhecimento (jñānaṁ) [ou Sabedoria] que nasce (jaṁ) desse discernimento (viveka).
Quando se obtiver a capacidade de dintinguir, através do controle mental, o mínimo instante de tempo e o instante seguinte, se obterá um conhecimento…
jaitl][dezErNytanvCDedat! tuLyyaeStt> àitpiÄ>.54.
Jāti-lakṣaṇa-deśair anyatānavacchedāt tulyayos tataḥ pratipattiḥ
(III-54) Daí (tataḥ) [da sabedoria que nasce do discernimento entre um ins-tante e seu sucessor] obtém-se a percepção (pratipattiḥ) da dife-rença (anyatā) [entre objetos] similares (tulyayoḥ) que não podem ser distinguidos (anavacchedāt) por classe (jāti) [condicionamento externo], características (lakṣaṇa) [sujeitas ao tempo] ou posição (deśair) [no espaço].
que facultará a percepção da diferença entre objetos similares que normalmente não podem ser distinguidos, seja no tempo ou no espaço, e…
tark< svRiv;y< svRwaiv;ym³m< ceit ivvekj< }anm!.55.
Tārakaṃ sarva-viṣayaṃ sarvathā-viṣayaṃ akramaṃ ceti vivekajaṃ-jñānaṁ
(III-55) A Sabedoria (jñānaṁ) nascida (jaṁ) do discernimento (viveka) é transcendente (tārakaṃ), e como tal (ceti), [inclui a cognição de] todos (sarva) os objetos (viṣayaṁ) e todas (sarvathā) as condições (viṣayaṁ), independente do tempo (akramaṁ) [em todos os tempos e no instantâneo agora].
essa percepção transcendente, inclui todos os objetos e condições, independe do tempo;
sÅvpué;yae> zuiÏsaMye kEvLyimit.56.
Sattva-puruṣayoḥ śuddhi-sāmye kaivalyaṁ iti
(III-56) Finalmente (iti), [quando] o aspecto mais puro (sattva) [da mente ou a consciência modificada – o Observador] e o Si-mesmo (puruṣayoḥ) [a consciência em estado não-modificado – o Sujeito] alcançam a mesma (sāmye) pureza (śuddhi) [obtém-se] a Emancipação da consciência (kaivalyaṁ).
Somente então se poderá levar a individualidade ao mesmo grau de pureza do Si-mesmo essencial, e se obter a Emancipação final.
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