Higienismo

“Os remédios não são mais do que venenos e todos os efeitos que deles resultam são aqueles do envenenamento… O erro fatal de todas as escolas médicas, químicas ou naturais, consiste em querer substituir o poder da autocura do organismo por seus métodos violentos. Curar é um processo biológico que não é conseguido com remédios, mas com processos de vida”.

Herbert Shelton (1.895-1.985)

 

Conhecida como higienismo, essa filosofia defende também que todas as doenças são causadas, primordialmente, pelo acúmulo de toxinas no corpo, e que, secundariamente, agentes externos, como microorganismos, poderiam se aproveitar da debilidade do doente. Os sintomas das doenças seriam manifestações de um processo de desintoxicação que cederia quando o organismo estivesse livre das toxinas que causaram a doença. Dessa forma o sintoma já é o processo de cura, e o uso de medicamentos para alívio dos sintomas prejudica a eliminação de toxinas, e também a cura. A doença seria uma “crise de eliminação”. Tese semelhante é defendida pelos messiânicos (devotos da Igreja Messiânica).

Essa idéia já existia na Grécia antiga, há pelo menos 2.700 anos, e ressurgiu no século XIX quando um grupo de médicos, biólogos e fisiologistas se viram insatisfeitos com a medicina convencional da época. Além dos cuidados rigorosos quanto às refeições, cultivam um bom convívio social sem vícios, com exercícios físicos, respirando ar puro, dormindo durante o tempo que o organismo pedir e tomando banhos de sol no início da manhã e ao final da tarde.

Há casos em que o jejum de alimentos sólidos é recomendado como recurso terapêutico, como forma de se eliminar mais rapidamente as toxinas num organismo já debilitado. Nesses casos, os alimentos, além de não ser totalmente digeridos, demandariam uma energia, para sua digestão, preciosa no processo de cura.

Para os higienistas, certos alimentos, como os carboidratos, necessitam de um pH gástrico mais elevado e outros, como as proteínas, necessitam de um meio mais ácido. Quando se juntam essas duas categorias de alimentos, uma delas não vai ser bem digerida e o sistema digestivo se sobrecarregará e ficará mais lento, de forma que os resíduos, já presentes no cólon, ficam mais tempo do que o necessário, sendo reabsorvidos, em parte, gerando toxemia e doenças, como descrito anteriormente.

O higienismo condena, além das combinações alimentares erradas, o uso de comidas industrializadas (refinadas), carnes (que não são alimentos específicos para a espécie humana) e vegetais cozidos (estágio mais elevado do higienismo), a não ser os legumes, que podem ser cozidos no vapor, e as raízes, que podem ser cozidas.

Na busca de se evitar a toxemia, que resultaria principalmente de putrefação intestinal de resíduos não digeridos, o higienista visa ingerir no máximo três itens, da mesma categoria e não cozidos, em cada refeição. Buscam alimentar-se somente quando surge fome, sem exageros, no máximo duas vezes ao dia, mastigando bem cada porção que vai à boca e sem associar líquidos durante as refeições.

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