O Ilusório e o Real (Deus)

Observe a chama de uma vela. A cada momento ela é uma nova chama e a vela também já não é a mesma, mas aparentemente é a mesma chama. Observe um rio passando ao longo de seu curso. A cada instante já não é mais o mesmo rio, mas ainda é o mesmo rio.

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Podemos entender o ambiente em que vivemos como uma extensão de nosso próprio corpo. A cada vez que respiramos, inalamos centenas de milhões de átomos de ar exalados anteriormente por alguém em outro lugar do planeta. A cada momento estamos “fazendo e desfazendo nossos corpos”, o que nos leva a concluir que o corpo é um processo, não um objeto estável. Isso significa que somos, basicamente, um vórtice de consciência dentro e em torno do qual circula a matéria. A cada momento que passa, estamos liberando partículas materiais de volta ao Universo, ao mesmo tempo em que recolhemos outras tantas de que necessitamos nas inúmeras funções vitais (Cf. “IMPERMANÊNCIA“).

Observemo-nos. A cada instante somos uma nova pessoa. Fisicamente inúmeras células nossas morreram e outras tantas nasceram. Inúmeras moléculas e átomos deixaram nosso corpo e outras tantas foram incorporadas a ele. As nossas emoções já mudaram (nosso “corpo” emocional) e nossos pensamentos também (nosso “corpo” mental). Veja uma foto sua de criança, outra há 15 anos atrás, se veja hoje e se imagine amanhã. Seu físico é o mesmo? Suas emoções giram pelo mesmo ponto? Você pensa e aspira às mesmas coisas? Nós não somos os mesmos, mas ainda somos os mesmos. Tudo é uma grande ilusão? O que vemos como real não é real? Segundo São Tomás de Aquino (1.225-1.274), toda a matéria é ilusória.

Se nos aprofundarmos um pouco mais, lembraremos que mesmo os átomos, que entram e saem de nosso organismo, e que compõem todo o Universo, são compostos de subpartículas ilusórias, ditas irreais. No mínimo não obedecem às leis conhecidas que regem a natureza macrocósmica, a qual se convencionou chamar de real.

“O homem, considerando o Universo de que é simplesmente uma partícula, observa que tudo se transforma em matéria, em forças e em estados mentais. Ele sabe que nada é real, mas que, pelo contrário, tudo é MÓVEL e CONDICIONAL. Nada está parado, tudo nasce, cresce e morre. No momento em que uma coisa chega a seu auge, logo começa a declinar, a lei do ritmo está em constante ação, não há realidade, qualidade duradoura, fixidez ou substancialidade em qualquer coisa que seja, nada é permanente, tudo se transforma, há uma constante ação e reação, um fluxo e refluxo, uma criação e destruição. Se o homem for um pensador ativo, ele perceberá todas essas coisas como mutáveis, que são, contudo, aparências ou manifestações exteriores da mesma força oculta, da mesma Realidade substancial (grifo nosso)”.

 

“A substância é aquilo que se oculta debaixo de todas as manifestações exteriores, a essência, a realidade essencial, a coisa em si mesma, etc.. Substancial é aquilo que existe atualmente, que é elemento essencial, que é real, etc.. A realidade é o estado real, verdadeiro, permanente, duradouro, atual de um ente. Debaixo e dentro de todas as aparências ou manifestações exteriores, sempre houve uma Realidade substancial. Esta é a Lei”.

os três Iniciados

 

Existe uma necessidade de ser admitida a existência de uma Realidade substancial. Vamos designar esta Força Oculta, esta Realidade substancial sob o nome de “O TODO”, termo para designar Aquele que excede todos os nomes e todos os termos.

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